Salve Salve Nerds!
Em 2016, Felipe Massa anunciou que se aposentaria da Fórmula 1. Esperamos a temporada terminar para falar de como foi a carreira do piloto, que aos 35 anos e 14 temporadas disputadas depois, pendura as luvas.
O pequeno Massa em 1994 |
Felipe Massa nasceu em São Paulo, em 1981, mas acabou passando a infância em Botucatu, interior do estado. Começou bem cedo no kart, correndo já a partir dos oito anos de idade. Como a maioria na época, era fã de Ayrton Senna. Porém, em uma ocasião que foi pedir autógrafo para o ídolo, teve o pedido negado e a partir daí dizem que começou a torcer para Nelson Piquet. Ele fala que o episódio o levou a sempre dar atenção para as crianças que o procuram no dia a dia.
Antes da Fórmula 1, Felipe passou pelo kart, onde andou até 1997. Em 1998, foi para a Fórmula Chevrolet. No ano seguinte, foi campeão brasileiro da categoria. Em 2000, já foi para a Europa, onde decolou na carreira. Foi campeão da Fórmula Renault Europeia e Italiana. Na temporada 2001, foi campeão da Fórmula 3000 Euro-Series, com impressionantes seis vitórias em oito corridas.
O jovem talento contratado por Peter Sauber - Foto: Getty Images |
Ainda em 2001, Felipe chegou a testar com a equipe Sauber no circuito de Mugello, para em 2002 assinar um contrato com o time para chegar à Fórmula 1. No primeiro ano de F1, Felipe conseguiu pontuar em duas provas, conquistando um quinto e um sexto lugar. A Sauber, por muitos anos, utilizou motor Ferrari e tinha parceria com a escuderia. Assim, Massa se tornou piloto da equipe italiana e ficou em 2003 como piloto de testes da Ferrari.
Como a equipe italiana tinha Rubinho e Schumacher nos seus bólidos, o brasileiro ficou no aguardo. Sem esse espaço, ele disputou as temporadas de 2004 e 2005 ainda pela Sauber. Em 2004 conquistou 12 pontos, um quarto lugar e um quinto. No ano seguinte, anotou 11 pontos, um quarto e um sexto posto.
Festa na primeira vitória de Massa no Brasil - Foto: Mark Thompson - Getty Images |
No final de 2005, Rubens Barrichello anunciou a saída da Ferrari e assim abriu as portas para a entrada de Massa na tradicional equipe. Ali começou a história de oito temporadas corridas pelo time de Maranello. Na primeira temporada como ferrarista, Massa conquistou a primeira vitória da carreira, no GP da Turquia. Ele ainda conseguiu mais uma vitória, justamente no GP do Brasil. O brasileiro fez grande prova e com seu macacão verde e amarelo foi pra galera comemorar a vitória de um brasileiro em casa depois de treze anos. Ele fechou a temporada 2006 com 80 pontos, duas vitórias, três segundos lugares, dois terceiros, dois quartos e três quintos.
Com a aposentadoria de Michael Schumacher, Felipe ganhou mais espaço na equipe, correndo agora ao lado de Kimi Raikkonen, vindo da Mclaren. No ano de 2007, Massa começou bem, vencendo duas das quatro primeiras provas. Porém, na reta final faltou mais constância e ele terminou em quarto. Esse ano foi decidido na última prova, em Interlagos, com Kimi Raikkonen superando Fernando Alonso e Lewis Hamilton, da Mclaren, por apenas um ponto, 110 a 109.
Em 2008, Massa teve o melhor ano da carreira como piloto. O começo de temporada não parecia animador, com dois abandonos seguidos nas duas primeiras etapas, mas o brasileiro venceu três das seis corridas seguintes e se colocou na briga pela taça, assumindo a ponta do campeonato. Entre vitórias e desempenhos ruins, como um décimo sétimo lugar na Hungria, Massa seguia como forte candidato. Uma das provas que custou caro para o brasileiro foi o GP de Cingapura, onde o piloto teve a bomba de combustível presa ao carro, o que custou a vitória na prova.
Já no último GP, no Brasil, Felipe precisava vencer e torcer para Hamilton no máximo terminar em sexto para ser campeão. Hamilton largou nervoso e o resultado estava ajudando Massa até a última volta, quando Timo Glock, da Toyota, perdeu posição para Vettel, caindo para o quinto posto, e na última curva, perdeu o quinto lugar para Hamilton, que assim conquistou o título. O mais trágico foi que Massa já havia passado da linha de chegada e a torcida brasileira vibrava eufórica pelo até então título. Assim, vice-campeonato para o brasileiro, perdendo por apenas um ponto, 98 a 97.
Para 2009, a Ferrari já não vinha como a equipe mais forte ou das mais fortes da categoria. O time ficava atrás da recém-criada Brawn GP, ex-Honda e criada por Ross Brawn, e da Red Bull, que vinha com Sebastian Vettel e Mark Webber. Jenson Button foi o campeão da temporada, com a incrível arrancada de seis vitórias nas primeiras sete provas do ano. Sebastian Vettel foi o vice-campeão, passando Rubens Barrichello na reta final do campeonato. Para Massa, foi o pior ano da carreira. O piloto sofreu um grave acidente na classificação do GP da Hungria, quando uma mola do carro de Rubinho bateu no capacete de Massa e atingiu a parte de cima do olho. Felipe ficou no hospital durante vários dias e não correu o restante da temporada, dando lugar a Luca Badoer e Giancarlo Fisichella.
Em 2010, o campeonato foi disputado entre quatro pilotos: Sebastian Vettel e Mark Webber, da Red Bull, Fernando Alonso, da Ferrari, e Lewis Hamilton, da Mclaren. Vettel levou o primeiro dos quatro títulos mundiais que tem. Já Massa foi deixado de lado na Ferrari, já que Fernando Alonso chegou e assumiu o posto de primeiro piloto do time. O brasileiro terminou o campeonato em sexto lugar, com dois segundos lugares e três terceiros.
No ano seguinte, Vettel foi o campeão com folgas, vencendo 11 das 19 provas do ano e não ficando no pódio em apenas duas. Jenson Button, já na Mclaren, foi o vice. Massa seguiu como o piloto número dois da Ferrari e encontrava problemas maiores. O maior episódio foi quando o time pediu para que o brasileiro deixasse Alonso passá-lo, pois o espanhol estaria mais rápido que ele na pista. Foi uma manobra embaraçosa no mínimo. Massa terminou a temporada novamente em sexto, porém sem pódios conquistados.
Já 2012 começou disputado na Fórmula 1, com sete vencedores diferentes para as sete primeiras etapas. No final, Vettel disputou o título com Alonso novamente e venceu. Após mais de dois anos, Massa terminou no pódio, no GP do Japão, e voltou com um terceiro lugar no GP do Brasil, o último da temporada. Felipe ficou em sétimo no campeonato, com 122 pontos.
Para 2013, Vettel fez a melhor temporada da carreira em vitórias, conseguindo impressionantes 13 triunfos em 19 provas. Fernando Alonso foi novamente vice-campeão. Já para Massa foi dos piores anos, conseguindo apenas um terceiro lugar na Espanha. Ele somou 112 pontos e ficou em oitavo na tabela. Com o desempenho piorando e a situação na Ferrari ficando mais crítica, ele preferiu não continuar e seguiu para a Williams.
Apostando no projeto da Williams, que recebia um grande patrocínio e prometia a volta aos bons tempos, quando brigava por títulos e vitórias, Felipe Massa assinou o contrato com a equipe. O início de temporada dele não foi tão forte, com três abandonos e apenas um quarto lugar na primeira metade do ano. Na segunda parte, o brasileiro engrenou melhores resultados, conquistando dois terceiros e um segundo lugar, marcando no total 134 pontos. Valtteri Bottas, parceiro promissor de Massa, fechou o campeonato em quarto lugar. O campeão da temporada foi Lewis Hamilton, vencendo 11 provas contra cinco de Nico Rosberg, o vice.
Em 2015, quando se imaginava uma Williams mais forte, após um ano de experiência, o time não conseguiu se manter ao menos como segunda equipe mais forte. A equipe de Sir Frank Williams terminou o mundial de construtores em terceiro, mas muito atrás de Mercedes e Ferrari na pontuação. Valtteri Bottas anotou 136 pontos e dois terceiros lugares, enquanto Massa fez 121 e os mesmos dois pódios, na Áustria e na Itália. O brasileiro terminou em sexto o campeonato e Bottas em quinto. Lewis Hamilton foi novamente o campeão, conquistando dez vitórias e seis segundos lugares em dezenove provas, ficando fora do pódio em apenas duas etapas.
No último ano na categoria, 2016, Felipe Massa viu a Williams cair mais um pouco em qualidade, inclusive terminando o campeonato em quinto, atrás também da Force India, além de Mercedes, Red Bull e Ferrari. O time conseguiu apenas um pódio, com Bottas no Canadá, para no restante sofrer mais no meio do grid. Massa teve como melhores resultados dois quintos lugares, na Austrália e na Rússia, enquanto abandonou em quatro etapas. O brasileiro fez apenas 53 pontos, enquanto Bottas anotou 85. Como pudemos ver esse ano, Nico Rosberg superou Lewis Hamilton e conquistou o primeiro título mundial, com 10 vitórias e cinco segundos lugares, num total de 385 pontos conquistados.
Na carreira toda, foram 252 corridas participadas, com 250 largadas. Foram 11 vitórias, 41 pódios (13 segundos lugares e 17 terceiros), 1124 pontos, 16 pole positions e 15 voltas mais rápidas da prova. O desempenho de Massa pode ser mais comparado com o de Rubens Barrichello, que teve 323 GPs, 14 vitórias, 11 pole positions e 658 pontos, performance semelhante entre os pilotos do país.
Com a aposentadoria de Massa, o país corre o sério risco, como chegamos a falar AQUI, de não termos um piloto brasileiro na categoria, já que Felipe Nasr não depende dele mesmo para seguir na Sauber. E, mesmo que ele siga na equipe, o time não tem condições de brigar por vitórias e menos ainda títulos.
Agradecemos a Felipe Massa pela carreira e grandes momentos proporcionados aos torcedores brasileiros. Fica aquele sentimento de que ao menos o título de 2008 poderia ter vindo, mas sem dúvidas Massa é um grande piloto e que pode ainda brilhar em outras categorias pelo mundo.
Até mais!
Em 2008, Massa teve o melhor ano da carreira como piloto. O começo de temporada não parecia animador, com dois abandonos seguidos nas duas primeiras etapas, mas o brasileiro venceu três das seis corridas seguintes e se colocou na briga pela taça, assumindo a ponta do campeonato. Entre vitórias e desempenhos ruins, como um décimo sétimo lugar na Hungria, Massa seguia como forte candidato. Uma das provas que custou caro para o brasileiro foi o GP de Cingapura, onde o piloto teve a bomba de combustível presa ao carro, o que custou a vitória na prova.
Já no último GP, no Brasil, Felipe precisava vencer e torcer para Hamilton no máximo terminar em sexto para ser campeão. Hamilton largou nervoso e o resultado estava ajudando Massa até a última volta, quando Timo Glock, da Toyota, perdeu posição para Vettel, caindo para o quinto posto, e na última curva, perdeu o quinto lugar para Hamilton, que assim conquistou o título. O mais trágico foi que Massa já havia passado da linha de chegada e a torcida brasileira vibrava eufórica pelo até então título. Assim, vice-campeonato para o brasileiro, perdendo por apenas um ponto, 98 a 97.
Para 2009, a Ferrari já não vinha como a equipe mais forte ou das mais fortes da categoria. O time ficava atrás da recém-criada Brawn GP, ex-Honda e criada por Ross Brawn, e da Red Bull, que vinha com Sebastian Vettel e Mark Webber. Jenson Button foi o campeão da temporada, com a incrível arrancada de seis vitórias nas primeiras sete provas do ano. Sebastian Vettel foi o vice-campeão, passando Rubens Barrichello na reta final do campeonato. Para Massa, foi o pior ano da carreira. O piloto sofreu um grave acidente na classificação do GP da Hungria, quando uma mola do carro de Rubinho bateu no capacete de Massa e atingiu a parte de cima do olho. Felipe ficou no hospital durante vários dias e não correu o restante da temporada, dando lugar a Luca Badoer e Giancarlo Fisichella.
Em 2010, o campeonato foi disputado entre quatro pilotos: Sebastian Vettel e Mark Webber, da Red Bull, Fernando Alonso, da Ferrari, e Lewis Hamilton, da Mclaren. Vettel levou o primeiro dos quatro títulos mundiais que tem. Já Massa foi deixado de lado na Ferrari, já que Fernando Alonso chegou e assumiu o posto de primeiro piloto do time. O brasileiro terminou o campeonato em sexto lugar, com dois segundos lugares e três terceiros.
No ano seguinte, Vettel foi o campeão com folgas, vencendo 11 das 19 provas do ano e não ficando no pódio em apenas duas. Jenson Button, já na Mclaren, foi o vice. Massa seguiu como o piloto número dois da Ferrari e encontrava problemas maiores. O maior episódio foi quando o time pediu para que o brasileiro deixasse Alonso passá-lo, pois o espanhol estaria mais rápido que ele na pista. Foi uma manobra embaraçosa no mínimo. Massa terminou a temporada novamente em sexto, porém sem pódios conquistados.
Já 2012 começou disputado na Fórmula 1, com sete vencedores diferentes para as sete primeiras etapas. No final, Vettel disputou o título com Alonso novamente e venceu. Após mais de dois anos, Massa terminou no pódio, no GP do Japão, e voltou com um terceiro lugar no GP do Brasil, o último da temporada. Felipe ficou em sétimo no campeonato, com 122 pontos.
Para 2013, Vettel fez a melhor temporada da carreira em vitórias, conseguindo impressionantes 13 triunfos em 19 provas. Fernando Alonso foi novamente vice-campeão. Já para Massa foi dos piores anos, conseguindo apenas um terceiro lugar na Espanha. Ele somou 112 pontos e ficou em oitavo na tabela. Com o desempenho piorando e a situação na Ferrari ficando mais crítica, ele preferiu não continuar e seguiu para a Williams.
Foto via HTE Sports |
Apostando no projeto da Williams, que recebia um grande patrocínio e prometia a volta aos bons tempos, quando brigava por títulos e vitórias, Felipe Massa assinou o contrato com a equipe. O início de temporada dele não foi tão forte, com três abandonos e apenas um quarto lugar na primeira metade do ano. Na segunda parte, o brasileiro engrenou melhores resultados, conquistando dois terceiros e um segundo lugar, marcando no total 134 pontos. Valtteri Bottas, parceiro promissor de Massa, fechou o campeonato em quarto lugar. O campeão da temporada foi Lewis Hamilton, vencendo 11 provas contra cinco de Nico Rosberg, o vice.
Em 2015, quando se imaginava uma Williams mais forte, após um ano de experiência, o time não conseguiu se manter ao menos como segunda equipe mais forte. A equipe de Sir Frank Williams terminou o mundial de construtores em terceiro, mas muito atrás de Mercedes e Ferrari na pontuação. Valtteri Bottas anotou 136 pontos e dois terceiros lugares, enquanto Massa fez 121 e os mesmos dois pódios, na Áustria e na Itália. O brasileiro terminou em sexto o campeonato e Bottas em quinto. Lewis Hamilton foi novamente o campeão, conquistando dez vitórias e seis segundos lugares em dezenove provas, ficando fora do pódio em apenas duas etapas.
O carro da despedida no Brasil - Foto: Sergio Barzaghi/Gazeta Press |
No último ano na categoria, 2016, Felipe Massa viu a Williams cair mais um pouco em qualidade, inclusive terminando o campeonato em quinto, atrás também da Force India, além de Mercedes, Red Bull e Ferrari. O time conseguiu apenas um pódio, com Bottas no Canadá, para no restante sofrer mais no meio do grid. Massa teve como melhores resultados dois quintos lugares, na Austrália e na Rússia, enquanto abandonou em quatro etapas. O brasileiro fez apenas 53 pontos, enquanto Bottas anotou 85. Como pudemos ver esse ano, Nico Rosberg superou Lewis Hamilton e conquistou o primeiro título mundial, com 10 vitórias e cinco segundos lugares, num total de 385 pontos conquistados.
Na carreira toda, foram 252 corridas participadas, com 250 largadas. Foram 11 vitórias, 41 pódios (13 segundos lugares e 17 terceiros), 1124 pontos, 16 pole positions e 15 voltas mais rápidas da prova. O desempenho de Massa pode ser mais comparado com o de Rubens Barrichello, que teve 323 GPs, 14 vitórias, 11 pole positions e 658 pontos, performance semelhante entre os pilotos do país.
Com a aposentadoria de Massa, o país corre o sério risco, como chegamos a falar AQUI, de não termos um piloto brasileiro na categoria, já que Felipe Nasr não depende dele mesmo para seguir na Sauber. E, mesmo que ele siga na equipe, o time não tem condições de brigar por vitórias e menos ainda títulos.
Agradecemos a Felipe Massa pela carreira e grandes momentos proporcionados aos torcedores brasileiros. Fica aquele sentimento de que ao menos o título de 2008 poderia ter vindo, mas sem dúvidas Massa é um grande piloto e que pode ainda brilhar em outras categorias pelo mundo.
Até mais!
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