segunda-feira, 17 de julho de 2017

Coluna: A famosa dança dos técnicos


No meio do ano temos duas certezas no futebol: o pessoal do empolgou e o alto número de demissões de técnicos dos times da Série A.
Neste ano tivemos mudança de treinador em quatro dos cinco times paulistas, três mudanças entre dois times paranaenses e surpreendentemente apenas uma troca entre os quatro cariocas. Casos de demissões muito mal explicadas, como Eduardo Batista, demitido de dois clubes, com pouquíssimo tempo de trabalho; Vagner Mancini, demitido após a reconstrução da Chapecoense; Dorival Jr, demitido por um vestiário cheio de egos. Este que levou o limitado elenco do Santos ao vice-campeonato brasileiro do ano passado e nesse ano treinou o  único brasileiro invicto na Libertadores, mas por pressões bestas foi demitido e imediatamente contratado pelo rival São Paulo.

Muito se foi discutido sobre o que faz tantos técnicos serem demitidos no futebol brasileiro, mas pouco se dá por explicação. Vestiários cheios de jogadores com cabeça de estrela podem ser uma das explicações, mas acima de tudo vejo na imprensa um grande mal para o trabalho dos técnicos do Brasil.  Zé Ricardo, por exemplo, levou o Flamengo à maior campanha do rubro-negro na era dos pontos corridos, mas seu trabalho é constantemente criticado pela imprensa, algo totalmente injustificável. Manter nomes como o de William Arão eram motivos para a demissão do treinador.

Wenger nunca teria tanto tempo no Brasil

O que mais chama a atenção é que no Brasil um treinador não tem má fase, qualquer deslize é passível de ameaça ao cargo. Trazer ídolos para treinar o time tem se mostrado uma tética falha, pois mesmo que o personagem seja uma das maiores figuras da história do clube, ele ainda é o técnico "burro", que mancham seu legado.

Hoje o futebol se torna cada vez mais estratégico do que de talentos, um treinador possui dois tipos de influência, campo e vestiário. Mas a questão que fica é: qual é o papel de um treinador em um elenco limitado, com jogadores sem vontade?

Deixo para vocês, leitores, qual é o papel de um técnico na formação de um time? Qual é a porcentagem da influência de um treinador no jeito que um time joga?

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