A Fórmula 1, em suas 68 temporadas, teve apenas duas mulheres disputando corridas oficialmente, contra 841 homens que já passaram pela categoria. Outras três disputaram classificações para GPs. O espaço feminino na Fórmula 1 e no automobilismo em geral ainda é muito pequeno e infelizmente as oportunidades não são as mesmas que as dadas aos homens para seguir carreira nas pistas. As cinco mulheres que ousaram desafiar todo um ambiente hostil tem suas carreiras contadas abaixo:
A pioneira das mulheres na Fórmula 1 foi a italiana Maria Teresa de Filippis. Ela iniciou a carreira com 22 anos de idade nas pistas, após os irmãos apostarem que ela não conseguiria ser veloz com o carro. Foi vice-campeã italiana correndo pela Maserati e pela mesma equipe foi para a Fórmula 1. Tentou classificação para cinco provas, conseguindo disputar três. Na segunda prova que fez, em 1958, Maria Teresa conseguiu um décimo lugar em Spa-Francorchamps, na Bélgica.
Um dos grandes episódios envolvendo a pilota foi em 1958, antes do GP da França, quando o diretor de provas, Toto Roche, falou que ela não deveria estar no automobilismo. Que o único capacete que ela deveria usar seria o usado nos cabeleireiros. Ela decidiu parar a carreira em 1959, após tentar se classificar para uma prova, já correndo pela Porsche.
Mesmo com apenas três corridas na carreira, Maria Teresa de Filippis entrou em 1979 para o Clube Internacional de ex-Pilotos da Fórmula 1 e foi vice-presidente do Clube Maserati. Maria faleceu ano passado, aos 89 anos.
Quinze anos depois de Maria Teresa, outra Maria, a Maria Grazia Lombardi, conhecida como Lella Lombardi, fez história na Fórmula 1. Lella já havia corrido no turismo e em algumas categorias de monopostos na Itália, até que em 1974 foi para a Fórmula 1. A italiana estreou na Brabham, mas não conseguiu se classificar para o GP da Grã-Bretanha. Já em 1975, tentou classificação em 11 corridas, se classificando para dez delas pela March. Em uma das provas, o GP da Espanha, conseguiu um sexto lugar, que lhe garantiu meio ponto na prova, já que a corrida não foi completada e não havia ultrapassado 75% das voltas, portanto a pontuação foi pela metade. Em 76, ela chegou a correr em duas etapas e não se classificou para outras duas. Assim, Lella foi a primeira mulher a pontuar em uma corrida da F1 e a única até hoje.
A terceira pilota a passar pela Fórmula 1 foi a inglesa Divina Galica. Galica fez carreira no esqui alpino e de velocidade. Competiu em três jogos de inverno seguidos, em 64, 68 e 72. Em 1992, voltou aos jogos no esqui de velocidade. No automobilismo, impressionou pela habilidade e foi chamada para três provas, uma em 1976 e duas em 1978, porém não se classificou para nenhuma delas. Na primeira prova delas, o GP da Grã-Bretanha de 1976, ela fez história com Lella Lombardi, na única prova onde duas mulheres estiveram inscritas para participar.
Quatro anos depois, em 1980, a sul-africana Desiré Wilson tentou a sorte nas pistas. Ela tentou classificação para apenas uma corrida, o GP da Grã-Bretanha, mas não se classificou com a equipe Williams. Na antiga Fórmula 1 Britânica, ou Aurora F1, onde se corria com carros antigos de Fórmula 1, Desiré venceu a etapa de Brands Hatch, se tornando a única mulher a vencer uma prova com um carro da categoria. Uma das arquibancadas do circuito foi nomeada em homenagem a ela.
A pilota ainda passou por outras categorias, incluindo a Fórmula Indy.
Em 1992, tivemos a última pilota a ter um carro titular na categoria. A italiana Giovanna Amati sempre gostou do automobilismo e, mesmo sem licença, dirigia escondida uma moto nas ruas de Roma pela noite. Elio de Angelis, que foi piloto da F1 e era amigo dela, deu aulas e a colocou na Fórmula 3. Giovanna relata que precisava mudar as cores do carro que usava, pois muitos pilotos não aceitavam ser ultrapassados por uma mulher e preferiam bater o carro nela do que serem passados.
Na Fórmula 1, ela tentou, em 1992, pela Brabham, a classificação nas três primeiras etapas do ano, mas não conseguiu. Giovanna seguiu a carreira em categorias menores e depois virou jornalista.
Tivemos outras mulheres que chegaram como pilotas de teste ou desenvolvimento, como Susan Wolf, Maria de Villota, Simona de Silvestro e outras. No entanto, as que realmente participaram de um grande prêmio foram as cinco pilotas citadas.
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