segunda-feira, 22 de maio de 2017

Uma ode aos goleiros



Camisa 1 ou 12, não me inventem números diferentes destes para definir o cara que está debaixo das traves. Amado, odiado, frangueiro e paredão, esta é a posição mais difícil do futebol, porque em um lance você vai do céu ao inferno. Por causa de um morrinho artilheiro uma nota 10 pode se transformar em instabilidade na posição.

Seja ídolo local ou de seleção, portar as luvas é prova de coragem e depende de confiança. Tempo de bola, técnica pra cair, sorte, ser bom com a bola nos pés. Um goleiro precisa de tudo isso e mais um pouco, nos dias atuais todos tem que ser um Neuer e sair da área pra afastar o perigo.

Weverton é recorrente nas convocações de Tite
Goleiros foram responsabilizados por vexames, mas também foram totalmente eximidos. O 7x1 está todo nas costas de David Luiz e Dante, mas Julio César teve poucos críticos ferrenhos.

Coragem talvez seja o que define quem se atreve a tentar ser goleiro. Pense nisso, se um lateral fizer uma partida péssima ele será criticado, mas se um arqueiro errar em todos os lances ele não terá sossego até apresentar uma atuação impecável. Por ser o último protetor da meta uma bola dominada errada é fatal.

Wilson já foi recordista de defesas difíceis no Campeonato Brasileiro, impressionantes 81 no Vitória em 2013

Ao mesmo tempo em que se constrói uma briga se constrói uma paixão com a torcida. Você pode não ser excepcional, mas se tiver a torcida nas mãos a posição é sua. Atlético-PR, Coritiba e Paraná possuem debaixo de suas traves os jogadores mais identificados com a torcida. Weverton se firmou no furacão depois de jogar muito pela Portuguesa; Wilson foi o primeiro goleiro que assumiu o manto e se firmou no Coxa depois de Vanderlei, mas veste a 84, ano de seu nascimento; Marcos é um dos maiores ídolos da torcida paranista, mas sente a idade e se vê substituído à altura por Leo, que não era nem banco no São Paulo pós Ceni.

Marcos é um dos maiores ídolos do Paraná Clube, mais de 300 jogos pelo tricolor

Os quatro citados possuem a confiança da torcida nas mãos, coisa que muitos goleiros não tem. Grohe, Danilo Fernandes, Cássio, Prass, Martin Silva, Magrão, Vanderlei, Victor e Fábio. Esses nomes são indiscutíveis, mas apenas estes entre os maiores clubes do país traz uma certeza: ser goleiro é algo que precisa de paixão, talvez mais que qualquer outra posição no campo. Quanto tempo demorei pra perceber que a posição mais corajosa e apaixonada do esporte jogado com os pés está justamente na posição conhecida pelas mãos.


P.s. Entre as 11 posições do campo as que tenho uma forte ligação são: centroavante, 9 clássico; lateral direita; o 10 clássico e é óbvio o goleiro, mas demorou a perceber que o defensor da meta era uma destas posições.

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