sexta-feira, 29 de junho de 2018

Prévia das oitavas de final da Copa





Nesse sábado começam as oitavas de final da Copa do Mundo, a hora da verdade, onde os maiores craques e seleções tentam se provar e alcançar a glória. Vamos com uma breve análise de cada um dos oito confrontos dessa fase.


França x Argentina

Foto: Twitter/FIFA

No primeiro duelo das oitavas de final, um clássico entre duas campeãs mundiais. De um lado a França de Mbappé, Griezmann, Dembelé, Giroud e companhia contra a Argentina comandada por Messi, Higuaín, Mascherano e Aguero. Os franceses vem de uma fase de grupos mais tranquila, mas que ao mesmo tempo mostrou uma equipe abaixo do potencial. Jogaram contra Austrália, Peru e Dinamarca, sendo o jogo contra os dinamarqueses o pior jogo da Copa, com as duas equipes tirando o pé do acelerador e ficando no zero a zero.

A atual vice-campeã europeia chega como favorita diante dos hermanos, apostando na qualidade dos pontas velozes e nas jogadas puxadas por Griezmann. Quando o time conseguiu os espaços para essas jogadas foi quando marcou diante de Austrália e Peru. E, quando se acomodou em campo e começou a segurar o jogo foi onde passou mais sufoco diante dos adversários. A França precisa ser mais regular diante dos argentinos se quiser passar de fase sem dramas.

Os argentinos chegam sobrevivendo uma completa epopeia para passarem de fase. Empataram na estreia contra a fechada Islândia, perderam contra a Croácia e buscaram a vitória na bacia das almas contra a Nigéria. Com um jogo muito centrado em Messi nos dois primeiros confrontos, a Argentina não conseguiu praticar um jogo de qualidade e se viu em muitas dificuldades. Além do estilo de jogo que não rendia, era mais do que evidente o nervosismo dos jogadores nas duas partidas, resultando em vários erros que custaram caro para o time.
Contra a Nigéria, quando os jogadores chamaram a responsabilidade no time e Messi jogou muito mais participativo e rendendo bem, em parte da primeira etapa, o time voltou a ser aquilo que se esperava. No entanto, no momento de contradição novamente o nervosismo apareceu e, por força da vontade argentina, a equipe ainda conseguiu buscar o gol salvador com Rojo. Se a Argentina jogar com a cabeça no lugar tem chances contra os franceses, mas se ficar perdida como principalmente contra os croatas, a eliminação pode vir de maneira cruel.

Uruguai x Portugal

Foto: Twitter/FIFA

Um confronto entre seleções que prometem um duelo truncado. O Uruguai vem como um dos únicos 100% da Copa e sem ter levado gols ainda. Venceu os dois primeiros confrontos no sofrimento e pelo placar mínimo, para depois atropelar a Rússia no jogo que definia a liderança. O treinador Oscar Tabarez tentou um time mais leve no primeiro jogo, mas a equipe não conseguiu se comportar tão bem e ele preferiu voltar para o velho estilo uruguaio, de passes mais longos, ligação mais direta e cruzamentos procurando Suarez e Cavani. A escrita deverá se manter diante de Portugal e o time não deverá se expor muito em busca de um gol.

Os portugueses vieram de uma classificação mais sofrida, com um empate histórico contra a Espanha, vitória sobre Marrocos e empate com o Irã. A equipe depende bastante do poder de decisão de Cristiano Ronaldo, que marcou quatro dos cinco gols da seleção na Copa. O time tem outros talentos, como Bernardo Silva e o próprio goleiro Rui Patrício, que salvou a seleção portuguesa em várias ocasiões, mas não há como não dizer que o futuro de Portugal passa pelos pés de Cristiano Ronaldo. Falta mais criação para a seleção e mais poder de chegada qualificado, que não dependa apenas do camisa sete. Mesmo com tudo isso, deverá ser um confronto equilibrado e que nenhuma das equipes deverá se expor e se lançar ao ataque de maneira que se exponha. Esperamos que os prognósticos não se cumpram, em nome da emoção.

Rússia x Espanha

Foto: Twitter/FIFA

Depois de conseguir superar a fase de grupos e não passar vergonha em casa, a Rússia encara agora a poderosa Espanha. Muitos se surpeenderam com as vitórias russas diante da Arábia Saudita e principalmente contra o Egito, que era o candidato junto aos russos pela segunda vaga do grupo. A seleção da casa conseguiu superar bem a seleção de Salah e veio até com alguns jogadores poupados diante dos uruguaios. Mas, nesse primeiro teste de verdade, o time não conseguiu se comportar bem e colapsou levando um 3x0. O jogo russo se foca mais na marcação forte para tomar a bola e resolver as jogadas rápido e nos contra ataques, que podem ser a jogada chave diante dos espanhóis.

Colocada como uma das favoritas ao título mundial, a Espanha ainda não conseguiu mostrar o dominante futebol de outras vezes. Contra Portugal encontrou um adversário insistente e com um craque, diante do Irã ganhou, mas sem não passar dificuldades e contra o Marrocos quase perdeu a partida, principalmente pelo esquema de jogo adotado. A equipe joga de uma maneira muito adiantada quando tem a bola, o que é bom para o ataque, mas ruim para a defesa quando o time perde a bola em um contra ataque. Se o time adversário encaixa a jogada a chance de chegar com perigo fica maior pela exposição da defesa nessa situação. Portanto, para os russos a chave do sucesso fica nos contra golpes, enquanto a Espanha precisa buscar ser mais decisiva nas jogadas. O time tem posse, roda a bola mas não consegue chegar na área e colocar a bola para Diego Costa definir.

Croácia x Dinamarca

Foto: Twitter/FIFA

Em mais um confronto entre europeus, o duelo entre uma das sensações da primeira fase e a seleção que voltou a disputar uma Copa e quer seguir sonhando em ir mais longe. A Croácia chegou sem holofotes para essa Copa do Mundo, mas vem apresentando um dos melhores desempenhos até agora. No grupo que tinha a Argentina como favorita e um duelo contra a Nigéria e a sensação Islândia os croatas mostraram personalidade. Ganharam os três jogos, com destaque para o autoritário 3x0 sobre a Argentina, que não soube reagir ao jogo do país eslavo. Comandados por Modric, talvez o melhor jogador da fase de grupos, a seleção da Croácia vem como favorita diante da Dinamarca. Com uma equipe equilibrada, que sabe atacar e controlar o jogo, marcando adiantada e chegando com toques para o gol, devemos ver a Dinamarca precisando dar atenção especial aos meias, além de Modric, Rakitic e Kramaric, que alimentam a engrenagem croata.

No lado dinamarquês, a seleção pegou a segunda vaga no grupo com França, Peru e Austrália. O que foi possível se observar foi uma fraqueza na capacidade de atacar e chegar com maior perigo. As jogadas não conseguiam fazer a bola alcançar os atacantes e o time dependia da criatividade de Eriksen, o 10 do time. A força do time se encontra mais no aspecto defensivo, fechando os espaços e fazendo a famosa linha defensiva perto da entrada da área. Destaque principal para o goleiro Schmeichel, que já precisou trabalhar bastante nessa Copa.

Brasil x México

Foto: Twitter/FIFA

No duelo latino, o Brasil encara o recente algoz em competições internacionais. O México tem sido um recente pedra no sapato da nossa seleção, tal qual o glorioso São Caetano era chamado de asa negra de alguns clubes da elite do nosso futebol. A equipe, comandada pelo conhecido dos são paulinos, Juan Carlos Osorio, vem surpreendendo nessa Copa com um futebol peculiar. Sem propor o jogo na maioria das situações, o México joga na base do contra ataque e da chegada ao gol em poucos passes. Foi assim contra Alemanha e Coreia do Sul, mas já não funcionou tanto diante da Suécia, que soube segurar os ímpetos mexicanos. Se o time cria muitas chances nos contra golpes, falta ainda qualidade dos atacantes para concluirem melhor as jogadas, que são muitas vezes desperdiçadas pela falta de capricho de quem teria que marcar o gol.

A seleção brasileira vem em uma crescente na competição. Teve dificuldades e sofreu com o nervosismo contra a Suíça e a Costa Rica, para diante da Sérvia jogar com calma e resolver o jogo sem maiores dificuldades. Mesmo com as lesões de Danilo e Marcelo no jogo contra a Sérvia, Fagner e Filipe Luis deram conta. Tite mudou o esquema com Coutinho centralizado e tirando um volante, conseguindo tornar o meia o principal articulador e melhor do time até o momento. Falta mais infiltração para a seleção, em jogos principalmente contra times que não vão propor o jogo e vão fazer a famosa linha de cinco jogadores na defesa. Gabriel Jesus ainda não conseguiu engrenar e poderia ser a hora de jogar com Firmino, que pode trazer essa movimentação e infiltração necessária.

Bélgica x Japão

Foto: Twitter/FIFA

Num duelo de estilos bem diferentes, a melhor campanha, da Bélgica, encara o Japão, que passou de fase no critério de cartões recebidos. Os belgas vem com um futebol envolvente e nos dois primeiros jogos, onde atuou com os titulares contra Panamá e Tunísia, foi bem. Apesar da fraqueza dessas equipes, pudemos observar um ataque muito eficiente, centralizado principalmente em Lukaku, com quatro gols nessa Copa. De Bruyne e Hazard conduziram o jogo na frente e demonstraram toda a qualidade que se esperava deles. A fraqueza do time está na defesa, que fica exposta com o estilo de jogo ofensivo do time, e com os zagueiros que não tem aquela velocidade e podem sofrer nos contra golpes.

Os japoneses saíram de um grupo bem equilibrado, com Senegal, Polônia e Colômbia, onde não houve uma seleção que se sobressaiu. A força da equipe está na dedicação tática, que faz com que o time não ceda tantos espaços ao adversário. Além disso, o jogo no contra ataque também é uma das qualidades japonesas, e que pode ser a arma principal contra a Bélgica. A fraqueza do time oriental fica na falta de qualidade técnica do time, que não conta com nomes fortes e que possam resolver uma partida ou mesmo ser um diferencial no jogo. Portanto, falta um poder de reação na hora que seria preciso e diante de uma seleção forte pode fazer diferença.

Suécia x Suíça

Foto: Twitter/FIFA

No clássico que te confunde pelos nomes dos países, duas seleções que não se esperava tanto, mas que uma delas estará pelo menos nas quartas de final da Copa. Em um grupo com a atual campeã mundial e eliminada Alemanha, a Suécia surpreendeu e ainda conseguiu ficar na primeira colocação ao vencer o México. Os suecos vem derrubando grandes seleções, já haviam passado da Holanda nas eliminatórias e na repescagem ganharam da Itália. A equipe sueca não tem um grande poderio ofensivo e aposta em Forsberg, meia que normalmente concentra as jogadas, que são de passes mais longos e saídas rápidas. Com uma das maiores médias de altura, o jogo aéreo nos atacantes Toivonen e Berg também são armas.

Para os suíços, o jogo contra os adversários precisa lembrar a equipe que segurou bem a seleção brasileira e que conseguiu virar o jogo diante da Sérvia. Como se fala desde 2006, a Suíça tem uma defesa bem comportada e que cede poucos gols aos adversários, mas que nessa Copa já levou quatro gols. Se a defesa precisa de correções, a linha de frente vem dependendo de Shaqiri, que vem chamando a responsabilidade no time, tanto para começar as jogadas quanto na conclusão. Além dele, olhos em Xhaka e Dzemaili, meia e atacante que também podem decidir. Partida promete ser bem equilibrada e podemos imaginar a Suíça propondo mais o jogo do que a Suécia, que tende a esperar mais o adversário. 

Colômbia x Inglaterra

Foto: Twitter/FIFA

No terceiro confronto América do Sul x Europa, duas equipes que gostam de jogar pra cima. No lado cafetero, os colombianos tem a grande força no meio campo, com James Rodriguez (provavelmente ficará de fora do jogo por lesão), Cuadrado e Quintero, que alimentam as jogadas e puxam as pontas para a bola chegar em Falcao Garcia ou eles mesmos decidirem com qualidade. É um time onde a proposta de jogo consegue funcionar bem contra equipes mais abertas e mais fechadas, tanto que o time jogou de maneira muito parecida os três jogos da fase de grupos. A fraqueza do time de José Pekerman se encontra nos espaços deixados nos avanços e pela defesa que não é rápida o bastante para acompanhar os atacantes. Curiosamente, um zagueiro, Mina, velho conhecido dos palmeirenses, se destaca no ataque, tendo feito dois gols nessa Copa.

Os ingleses chegam renovados para essa Copa, com o elenco mais jovem do mundial e saindo do estigma da seleção local, que era muito conhecida pelo estilo característico de cruzamentos buscando um atacante na área como jogada principal. Como pudemos ver nos três jogos feitos, principalmente nos dois primeiros com o time principal, os ingleses jogam com a posse de bola e trabalham ela até terem condições de conseguir uma jogada mais clara. Ainda há o atacante centralizado, Kane, mas o repertório já é bem mais vasto e o 9 inglês é bem mais móvel. A seleção avança muito bem com os alas, que fazem companhia no ataque para os meias e assim aumentam a presença nas jogadas. Falta mais velocidade e um pouco mais de eficiência aos ingleses, que acabam desperdiçando bons contra golpes por falhas individuais. Pode pesar também o fato de muitos jogadores estarem ainda na primeira Copa do Mundo e a inexperiência atrapalhar mais pra frente.


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