sexta-feira, 15 de junho de 2018

Uruguai na raça, Irã líder e um Portugal e Espanha histórico



Segundo dia de Copa do Mundo movimentado e com bastante emoção nas partidas. Destaque para o primeiro grande jogo da competição, entre Portugal e Espanha. Confira a análise das três partidas do dia:


Uruguai x Egito

Foto: FIFA/Twitter

No primeiro jogo do dia, os uruguaios tentavam quebrar um tabu de 48 anos. O time celeste não vencia na estreia da competição desde 1970, quando venceu Israel por 2x0. De lá pra cá, foram três empates e três derrotas. No comando uruguaio, o treinador Óscar Tabárez igualou o recorde de maior intervalo de tempo entre a primeira e a última ou mais recente Copa do Mundo que treinou uma seleção. A primeira vez que treinou o Uruguai foi em 90 e ele igualou Zagallo (70 e 98) e Parreira (1982 e 2010). 

Do lado egípcio, os faraós voltaram a disputar uma Copa após 28 anos, sim, quando o Tabárez treinou o Uruguai pela primeira vez. Essa é a terceira participação do país, tendo jogado em 1934 e 1990. Se entrar em campo em algum jogo nessa Copa, o goleiro El Hadary, de 45 anos, se tornará o jogador mais velho a atuar em uma partida do torneio, superando Mondragón, da Colômbia, que jogou aos 43 anos no Brasil. 

Falando do que aconteceu em campo, o Egito se propôs a jogar esperando o Uruguai e fechou a defesa para as tentativas do time da cisplatina. O time de Suarez e Cavani não conseguiu ser criativo com os meias mais leves e o camisa 10 Arrascaeta, tanto que a equipe acabou sendo mais perigosa quando Tabárez justamente tirou eles e colocou meias menos criativos e mais dispostos ao jogo tradicional uruguaio, na ligação mais direta e nos cruzamentos. 

Após alguns gols perdidos por Suarez e uma grande chance de Cavani salva pelo goleiro, Gimenez salvou a pátria e fez de cabeça na bacia das almas. Fez falta para os egípcios a presença de Salah, que ficou no banco e não foi colocado pelo treinador Héctor Cúper. Elneny e o comando de ataque do time africano até chegaram algumas vezes, mas sem assustar muito o goleiro Muslera.

Agora o Egito precisa fazer saldo contra a Arábia Saudita e jogar pelo tudo ou nada contra a Rússia. O Uruguai se salva de mais tensão e pode se classificar ganhando dos sauditas e empatando com a Rússia.





Marrocos x Irã

Foto: FIFA/Twitter

As duas seleções teoricamente mais fracas do grupo B abriram a primeira rodada. Após 20 anos fora do torneio, os marroquinos retornaram para a luta em 2018. Destaque para o time que não perdia havia 18 jogos  e contou com o treinador, Hervé Renard, num dos trunfos, vencedor da Copa Africana de Nações com Zâmbia e Costa do Marfim e chegou com retrospecto para conseguir recuperar a seleção marroquina.

Dentro de campo, se esperava mais do meia Hakim Ziyech. Ele recebeu o prêmio de melhor jogador do Ajax na temporada 2017/18 e foi o líder de assistências do campeonato holandês. Apesar da qualidade de alguns jogadores e da presença de Benatia, da Juventus, no elenco marroquino, algumas posições, principalmente as alas, eram ocupadas por jogadores improvisados, o que demonstra problemas para jogar com equipes de maior qualidade, quando esses jogadores forem mais exigidos. 

Vale a lembrança que o Marrocos conta com muitos atletas nascidos fora do país, filhos de pais marroquinos. Dos onze que começaram o jogo hoje, apenas El Kaabi nasceu no Marrocos, enquanto quatro nasceram na França, quatro nos Países Baixos e dois na Espanha.

No caso do Irã, a seleção asiática chegou credenciada pela forte defesa. Nos 18 jogos disputados nas eliminatórias, levou gols em apenas quatro jogos e ficou 12 partidas seguidas sem ter a meta vazada. O destaque do time é Alireza Jahanbakhsh, que fez 21 gols e deu 12 assistências na liga holandesa pelo AZ Alkmaar, sendo o artilheiro da competição e o terceiro em assistências. 

Antes do triunfo de hoje, o Irã havia vencido apenas uma partida de Copa, lá em 1998, quando superou os Estados Unidos. Eram oito derrotas e três empates antes da vitória sobre os marroquinos. Em um jogo onde as chances aconteceram mais na primeira etapa e o segundo tempo foi repleto de passes errados e jogadas imprecisas, o Irã saiu de campo sem ter acertado um chute a gol no segundo  tempo. Para completar, o jogo teve o gol contra mais tardio da história das Copas em jogos decididos apenas no tempo normal, anotado aos 94:07 por Aziz Bouhaddouz.





Portugal x Espanha

Foto: FIFA/Twitter

Na partida da rodada, o clássico ibérico correspondeu a todas as expectativas dos torcedores. No lado espanhol, um baque com a demissão de Lopetegui dois dias antes da estreia e o chamado de Hierro para o lugar do novo treinador do Real Madrid. Os espanhóis, após a campanha ruim na última Copa, se renovaram bem. Trouxeram Koke, Thiago e Isco do time campeão europeu sub-21 de 2013 e que se consolidaram no período até 2018. Com as perdas de Xabi Alonso e Xavi os jovens meias deram conta, junto do experiente Iniesta. Se o meio vai bem, o ataque tinha dúvidas sobre usar ou não Diego Costa ou optar por um atacante mais móvel. 

Em Portugal, uma parte do time envelheceu, principalmente os defensores, e Fernando Santos trouxe jovens meias e atacantes para mesclar, Gonçalo Guedes, Bernardo Silva, Gelson Martins, mas com a ausência de André Gomes, que caiu bastante de rendimento nos últimos tempos. Mesmo com essas revelações e nomes todos, as esperanças sempre ficaram sobre Cristiano Ronaldo, o jogador que tenta levar Portugal mais longe do que os críticos imaginam que vá. 

No jogo de hoje, Portugal veio tentando segurar os ímpetos espanhóis e até conseguiu abrir o marcador, sempre com ele, Cristiano Ronaldo. Mas, o time se acalmou e viu a Fúria impor o estilo de jogo de posse de bola e troca de passes rápidos, sob a batuta de Iniesta. Diego Costa apareceu e provou que era a escolha certa para o ataque, empatando. Mas, Cristiano Ronaldo arriscou o chute e De Gea aceitou para deixar o placar 2 a 1. 

No segundo tempo, Diego Costa novamente apareceu e empatou, para Nacho, em sequência, trazer a virada espanhola em belo chute. Portugal parecia morto e já não reagia aos avanços espanhóis, que também se poupavam e rodavam a bola em passes curtos. Até que, na reta final do jogo, Cristiano Ronaldo apareceu novamente para decidir. Com falta cobrada magistralmente, ele empatou de novo o jogo e completou a tripleta para salvar os portugueses do naufrágio na Copa. 

Cristiano é o quarto jogador a marcar em quatro Copas seguidas. Além dele, Pelé, Klose e Uwe Seeler tem essa marca. Cristiano havia feito um gol em cada uma dessas Copas, dobrando o número nessa edição. Ele é o primeiro a marcar três gols na Espanha em uma Copa também. Portugal nunca perdeu um jogo de Copa quando saiu na frente no placar, e mantém a escrita. O Irã, por ter vencido o Marrocos e pelo empate ibérico, é o líder do grupo B.




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