Por João Vitor Rezende
365 dias se passaram e David Luiz ainda é convocado (Foto: Gabriel Bouys/AFP) |
Primeiramente, peço perdão pela falta de textos, em função de gripe, viagem e volta às aulas. Volto hoje, numa data que será um eterno marco no futebol brasileiro. 8 de julho, o dia do 7 a 1. Há um ano, assistimos o maior desastre da seleção canarinho. E o pior, dentro de casa. 365 dias depois, parece que o passeio ainda continua. Portanto, listei sete motivos para mostrar como Müller, Kross, Klose, Schurrle e Khedira ainda fazem gols na nossa meta.
Dunga
Depois do trauma, precisávamos de alguém que colocasse a autoestima lá em cima. Não necessariamente com ótimas atuações, e sim, resultado. Como sempre aconteceu em todas as escalas do futebol brasileiro. Possível ruptura com um nome estrangeiro e Tite, eram as principais opções. Mas aí, ressuscitaram Dunga. O capitão de 1994, dirigiu a seleção entre 2006 e 2010. Vale ressaltar a falta de bons jogadores que o treinador teve no período. Depois, assumiu o Internacional e não obteve grandes resultados. O que justificou sua volta a seleção? Ninguém sabe. Resultado: eliminação nas quartas de final da Copa América e poucas atuações boas.
Perda de carinho do torcedor com a seleção
A cobrança dos torcedores é sempre inevitável. Ainda mais depois de 10 gols sofridos nos últimos dois jogos da Copa. Era o sonho de vencer em casa. Era. O final trágico abalou ainda mais a relação da torcida com seu selecionado. Muito pela gestão da CBF, pela falta de bons atuações e pela falta do título mundial. A maior prova, veio nos últimos dois amistosos antes da Copa América. Allianz Parque e Beira Rio longe de estarem lotados e sem o mínimo de empolgação dos torcedores. A missão de recuperar o orgulho de seus adeptos será demorada e complicada.
CBF
4 de junho de 2014: CBF inaugura nova sede com o nome de José Maria Marin. 27 de maio de 2015: Acusado de corrupção, Marin é preso na Suíça as vésperas da eleição na Fifa. 6 de junho de 2015: Segundo a "Folha de São Paulo", Del Nero passa a ser investigado pelos EUA por possível participação em acordos com a Traffic. Para "mostrar serviço", a CBF promove um Conselho de Desenvolvimento Estratégico do Futebol Brasileiro apenas com ex-técnicos da seleção (sem gestores, jogadores e outros técnicos com rodagem e 'atualização futebolística') e um grupo no Whatsapp com os técnicos da Série A do Brasileirão. "Cebefeando".
Planejamento das seleções de base
29 de abril: Alexandre Gallo convoca a seleção brasileira sub-20 para o Mundial da categoria. 8 de maio: Alexandre Gallo é demitido; Rogério Micale assume a 23 dias da disputa do torneio, com a lista do antigo técnico; Dunga assumirá a seleção nas Olimpíadas de 2016. Micale mostrou-se um ótimo comandante e levou seus garotos até a final da competição. Pra CBF, mais sorte do que juízo. Mais uma vez, corrigiram um erro cometido. Foi assim com Mano Menezes. Foi assim com Gallo. Pode ser assim com o Dunga. E assim, seguimos rasgando planejamento.
Clubes: falta de gestão financeira, técnicos, bases
Nove técnicos foram demitidos em 12 rodadas do Brasileirão. Clubes sentindo na pele a irresponsabilidade financeira, tendo de reduzir drasticamente seus gastos e gerar novas receitas, principalmente vendendo jovens jogadores. Atletas sul-americanos estão na mira, já que aceitam salários menores que os brasileiros. Poucos meninos "pratas da casa" chegam a ter chances de atuar nos times profissionais. A maioria acaba em pequenos clubes ou são vendidos para quitar dívidas dos seus clubes. Assim, o campeonato nacional vai perdendo força, atração e visibilidade.
Falta de uma liga dos clubes
Quando uma ruptura com as federações parecia dar seus primeiros passos, a CBF jogou um balde de água fria nos planos dos mais 'rebeldes'. O que muitos veem como evolução, vejo com cautela. A maior liberdade dos clubes no Conselho Técnico, que regulamenta as competições brasileiras, é mais uma manobra política do que qualquer outra coisa. Até quando os clubes terão essa independência, não é possível prever. Mas essa ação, não chega perto dos benefícios e autonomia que a criação de uma liga pode proporcionar. Só assim, os clubes realmente terão o comando necessário para reformular nossos certames. Enquanto isso, os grandes patrocinadores seguem destinados para vários lugares, menos para os clubes.
Divisões inferiores do futebol brasileiro
Apenas 100 clubes estão nas quatro divisões organizadas pela confederação nacional. Isso, seria facilmente organizado por uma liga. Por exemplo, as quatro divisões inglesas são organizadas pelos clubes. A Premier League cuida da primeira e a Championship das outras três. Na Itália, França e Alemanha, as duas primeiras divisões são regidas pelos times. Por que não uma iniciativa semelhante no Brasil? O fato de termos um grande território, deveria ajudar na formação de novos talentos, novos torneios e novos clubes. Seguimos esperando a boa vontade da CBF, para que um dia ela se torne "o Brasil que dá certo".
Pra relembrar a data, vale ver este vídeo da Folha de São Paulo. Pra quem ainda não acredita no massacre, veja o Brasil avançando para final da Copa.
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