quarta-feira, 2 de abril de 2014

Futebol e Ditadura - 2



Salve Salve nerds!



Nosso segundo episódio desta trilogia começa. Desta vez falamos da conhecida Democracia Corintiana. Um movimento que surgiu no Corinthians, em 1982, para trabalhar o futebol de outra forma e ao mesmo tempo trabalhar fora dos campos pelos ideais de democracia, algo em restauração na época. Após uma campanha pífia no Campeonato Brasileiro de 1981, o Corinthians passou por mudanças, inclusive com a saída do folclórico presidente Vicente Matheus para a entrada de Waldemar Pires.
Com a vinda de Waldemar, junto a ele apareceu o novo diretor de futebol, Adílson Monteiro Alves, que era sociólogo. Por esta formação, Adílson dava mais espaço para os jogadores opinarem, além de no time da época ter atletas mais atentos a realidade, como Sócrates e Wladimir. Sócrates estudou e se formou em medicina enquanto era atleta, algo tão raro que até hoje pouco acontece no Brasil futebolístico.
Com a união entre atletas e diretoria, foi criada a chamada Democracia Corintiana, nome dado por Washington Olivetto. Esta democracia decidia por votos, sendo eles iguais entre atletas, comissão técnica e presidente. As votações envolviam vários aspectos do clube, como contratações, escalações, desentendimentos, demissões, concentrações, etc.
Falando da ditadura em si, foi um golpe nos militares, que não esperavam que o futebol se envolvesse com a política. O publicitário Washington Olivetto, influente no time também, além de criar o termo Democracia Corintiana, criou desenhos e slogans para as camisetas do timão, com frases incentivadoras para que a população pedisse o voto direto e que o povo queria votar novamente para presidente. Neste período os militares realizavam a transição lenta e gradualmente do poder para os civis, já em um tempo de anistia política e maior liberdade de expressão. Mesmo assim, o Corinthians foi repreendido e solicitado para que não realizasse mais manifestações em prol do voto direto.
Nos campos, a democracia deu resultado até 1983, quando foram campeões paulistas, chegaram até as semi-finais do brasileiro e conseguiram quitar as dívidas de antigas gestões, deixando o caixa corintiano com saldo de 3 milhões de dólares.
Sócrates, um dos líderes do movimento, prometeu que se fosse aprovado o voto direto ele ficaria jogando no Brasil e caso não fosse ele aceitaria proposta para jogar na Itália. Com a desaprovação do projeto o doutor foi jogar fora do país, enfraquecendo o movimento, que terminou em 1984. Houve pessoas contra o movimento, como Emerson Leão, que não acreditava no poder das ações ali empreendidas e por ironia havia entrado na equipe através de votação dos jogadores.
Confira abaixo algumas imagens da Democracia Corintiana:





E vídeos do assunto:









Até mais!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...