quinta-feira, 5 de julho de 2018

Prévia das quartas de final da Copa



Chegamos na reta final da Copa do Mundo e os oito melhores da competição se enfrentam em confrontos equilibrados. Confira as prévias:

Uruguai x França

Foto: Twitter/FIFA

No confronto que envolve três títulos mundiais, um duelo que promete bastante na manhã de sexta-feira. De um lado está o Uruguai, com a melhor defesa da Copa junto ao Brasil, com a penas um gol tomado, diante de Portugal. Gimenez e Godin são talvez a melhor zaga desse mundial e dão enorme segurança para que o time jogue no resto do campo. O meio campo não é tão criativo, mas a função dele é conseguir que a bola chegue de algum modo em Suarez e Cavani, que é dúvida para o jogo de amanhã e não foi confirmado ou descartado ainda. A dupla de atacantes se entende muito bem e pode ser capaz de decidir o jogo a favor da celeste. A equipe não deverá dominar a partida e ser perigosa o tempo todo, mas a disposiçao tática e a vontade dos jogadores em campo dificilmente não são vistos. 

No outro lado, a França vem com uma equipe de grandiosos nomes e que até se imaginava melhor para uma próxima Copa do Mundo talvez. Quando foram testados e levaram a provisória virada da Argentina, souberam buscar o resultado e viraram com propriedade, mostrando poder de reação e que o time tem equilíbrio. Um dos pilares do time e que foi de grande importância no time foi o volante Kanté, que recupera as bolas no meio campo e ajuda no início das jogadas de ataque  dos franceses. Se diante dos nossos hermanos havia mais espaço para os contra golpes e jogadas em velocidade com Mbappé, diante dos uruguaios esse espaço deverá ser menor e, além disso, como já falado, a defesa celeste conta com peças mais qualificadas. Deverá ser um jogo de paciência entre as equipes, que não encontrarão facilidade e nem muito espaço. A França provavelmente tenha que propor mais o jogo e o Uruguai buscará esperar a hora de dar o contra ataque.

Brasil x Bélgica

Foto: Twitter/FIFA

Repetindo o confronto das oitavas de final de 2002, as duas seleções se encontram na Rússia. O Brasil vem com um time equilibrado. Levou apenas um gol, não sofreu muito com a defesa, sabendo controlar a presão inicial que sofreu do México, e reagiu na segunda etapa com o meio e o ataque trabalhando. Depois de Filipe Luis jogar, Marcelo retorna ao time e fica a preocupação dos espaços que podem ser deixados por ele, já que o lateral é mais ofensivo que Filipe Luis. Na frente, mesmo sem ainda ter marcado na Copa, Gabriel Jesus é bancado por Tite e segue titular ao lado de Neymar e Willian. A seleção deverá encontrar espaços no time belga, que quando vai ao ataque cede espaços grandes ao adversário, como visto diante dos japoneses. Portanto, as jogadas dos pontas brasileiros deverão ser importantes, além do fato de os defensores belgas não terem tanta velocidade. 

Falando nas forças belgas, do meio pra frente é um time com muito perigo. De Bruyne e Hazard vem sendo os articuladores do jogo, com apoio dos alas Carrasco e Meunier, e Lukaku é quem decide lá na frente. É uma equipe com muita qualidade nos passes e que tem muita criatividade. Apesar disso, na hora em que precisou decidir contra o Japão, o time buscou os tradicionais chuveirinhos na área para conseguir se salvar, com os gols de Vertonghen e Fellaini de cabeça. Se os belgas conseguirem controlar os ímpetos de ataque, já que chegam com muitos jogadores, poderá ter um jogo mais igual contra o Brasil. Porque se não conseguir realizar essa recomposição da defesa, ficará complicado para segurar o ataque brasileiro.

Rússia x Croácia

Foto: Twitter/FIFA

Jogando em casa e depois de ter eliminado de maneira surpreendente a Espanha, agora a Rússia encara a Croácia, que teve trabalho para eliminar a Dinamarca. Os russos vem com a filosofia de o que vier já é lucro, porque havia muita desconfiança na equipe e agora estão nas quartas de final da competição. A força da equipe se encontra no bom posicionamento defensivo, que conseguiu conter a Espanha jogando com a famosa linha de cinco jogadores na frente da área, além do inspiradíssimo goleiro Akinfeev. Falta criatividade e mais qualidade para o time, mas a Rússia joga apostando nos contra ataques e espaços deixados pelas equipes adversárias. Conforme apurado, os gols levados pelos russos foram todos vindos de jogadas de bola parada, que devem ser a fonte de preocupação dos donos da casa.

Já é clichê nessa Copa, mas a Croácia dependerá mais do que nunca de Rakitic e Modric para conseguir sair vencedora desse duelo. Os meias precisão trabalhar para arrumar espaços no ferrolho russo que deverá ser armado, num jogo que poderá ser parecido com o feito diante da Espanha. A diferença talvez se encontre na eficiência de Mandzukic nas jogadas pelo alto, que podem ser uma arma alternativa da equipe para furar o bloqueio adversário, além das jogadas pelas pontas com Rebic e Perisic. Os croatas deverão ter que propor o jogo e se controlar para não dar espaços aos contra golpes, já que contam com defensores não tão velozes.

Suécia x Inglaterra

Foto: Twitter/Federação Inglesa

Voltando para as quartas de final após 24 anos, a Suécia fará um duelo de estilos contra a Inglaterra, que não esperava muito dessa Copa mas agora se coloca como candidata ao título. A grande força da Suécia nesse mundial se encontra na defesa. O selecionado levou apenas dois gols e consegue neutralizar muito bem os adversários já no meio campo, com duas linhas de quatro jogadores que fecham os espaços. A fraqueza do time fica no ataque, onde Berg e Toivonen não conseguiram ainda ser eficientes e não acertaram a pontaria diante da Suíça. O nome que faz a diferença lá na frente é Forsberg, que chama as jogadas e cria espaços. Talvez, como ocorreu diante da Alemanha, os suecos consigam os espaços para os contra golpes, já que os ingleses deverão vir com tudo para tentar furar a defesa adversária.

Mostrando bastante qualidade e com um artilheiro em grande fase, a Inglaterra vem do sufoco contra a Colômbia para esse duelo. Jogando com dois alas/pontas, mais dois meias ofensivos e dois atacantes, os ingleses vem com uma armada toda pra cima dos suecos. Mesmo com todas essas opções e variações para o ataque, a maioria dos gols veio de bolas paradas ou dos pênaltis convertidos por Harry Kane. O time demonstrou muita qualidade e organização para aproveitar bem as bolas aéreas dos escanteios e faltas. Para esse jogo, o desafio será fazer o time encontrar espaços com bola rolando e não só pelo alto, já que os suecos tem uma defesa muito bem postada e com boa média de altura. Além disso, não poderão deixar os espaços para os contra ataques, já que ficará um espaço grande para essas jogadas dos suecos.

sexta-feira, 29 de junho de 2018

Prévia das oitavas de final da Copa





Nesse sábado começam as oitavas de final da Copa do Mundo, a hora da verdade, onde os maiores craques e seleções tentam se provar e alcançar a glória. Vamos com uma breve análise de cada um dos oito confrontos dessa fase.


França x Argentina

Foto: Twitter/FIFA

No primeiro duelo das oitavas de final, um clássico entre duas campeãs mundiais. De um lado a França de Mbappé, Griezmann, Dembelé, Giroud e companhia contra a Argentina comandada por Messi, Higuaín, Mascherano e Aguero. Os franceses vem de uma fase de grupos mais tranquila, mas que ao mesmo tempo mostrou uma equipe abaixo do potencial. Jogaram contra Austrália, Peru e Dinamarca, sendo o jogo contra os dinamarqueses o pior jogo da Copa, com as duas equipes tirando o pé do acelerador e ficando no zero a zero.

A atual vice-campeã europeia chega como favorita diante dos hermanos, apostando na qualidade dos pontas velozes e nas jogadas puxadas por Griezmann. Quando o time conseguiu os espaços para essas jogadas foi quando marcou diante de Austrália e Peru. E, quando se acomodou em campo e começou a segurar o jogo foi onde passou mais sufoco diante dos adversários. A França precisa ser mais regular diante dos argentinos se quiser passar de fase sem dramas.

Os argentinos chegam sobrevivendo uma completa epopeia para passarem de fase. Empataram na estreia contra a fechada Islândia, perderam contra a Croácia e buscaram a vitória na bacia das almas contra a Nigéria. Com um jogo muito centrado em Messi nos dois primeiros confrontos, a Argentina não conseguiu praticar um jogo de qualidade e se viu em muitas dificuldades. Além do estilo de jogo que não rendia, era mais do que evidente o nervosismo dos jogadores nas duas partidas, resultando em vários erros que custaram caro para o time.
Contra a Nigéria, quando os jogadores chamaram a responsabilidade no time e Messi jogou muito mais participativo e rendendo bem, em parte da primeira etapa, o time voltou a ser aquilo que se esperava. No entanto, no momento de contradição novamente o nervosismo apareceu e, por força da vontade argentina, a equipe ainda conseguiu buscar o gol salvador com Rojo. Se a Argentina jogar com a cabeça no lugar tem chances contra os franceses, mas se ficar perdida como principalmente contra os croatas, a eliminação pode vir de maneira cruel.

Uruguai x Portugal

Foto: Twitter/FIFA

Um confronto entre seleções que prometem um duelo truncado. O Uruguai vem como um dos únicos 100% da Copa e sem ter levado gols ainda. Venceu os dois primeiros confrontos no sofrimento e pelo placar mínimo, para depois atropelar a Rússia no jogo que definia a liderança. O treinador Oscar Tabarez tentou um time mais leve no primeiro jogo, mas a equipe não conseguiu se comportar tão bem e ele preferiu voltar para o velho estilo uruguaio, de passes mais longos, ligação mais direta e cruzamentos procurando Suarez e Cavani. A escrita deverá se manter diante de Portugal e o time não deverá se expor muito em busca de um gol.

Os portugueses vieram de uma classificação mais sofrida, com um empate histórico contra a Espanha, vitória sobre Marrocos e empate com o Irã. A equipe depende bastante do poder de decisão de Cristiano Ronaldo, que marcou quatro dos cinco gols da seleção na Copa. O time tem outros talentos, como Bernardo Silva e o próprio goleiro Rui Patrício, que salvou a seleção portuguesa em várias ocasiões, mas não há como não dizer que o futuro de Portugal passa pelos pés de Cristiano Ronaldo. Falta mais criação para a seleção e mais poder de chegada qualificado, que não dependa apenas do camisa sete. Mesmo com tudo isso, deverá ser um confronto equilibrado e que nenhuma das equipes deverá se expor e se lançar ao ataque de maneira que se exponha. Esperamos que os prognósticos não se cumpram, em nome da emoção.

Rússia x Espanha

Foto: Twitter/FIFA

Depois de conseguir superar a fase de grupos e não passar vergonha em casa, a Rússia encara agora a poderosa Espanha. Muitos se surpeenderam com as vitórias russas diante da Arábia Saudita e principalmente contra o Egito, que era o candidato junto aos russos pela segunda vaga do grupo. A seleção da casa conseguiu superar bem a seleção de Salah e veio até com alguns jogadores poupados diante dos uruguaios. Mas, nesse primeiro teste de verdade, o time não conseguiu se comportar bem e colapsou levando um 3x0. O jogo russo se foca mais na marcação forte para tomar a bola e resolver as jogadas rápido e nos contra ataques, que podem ser a jogada chave diante dos espanhóis.

Colocada como uma das favoritas ao título mundial, a Espanha ainda não conseguiu mostrar o dominante futebol de outras vezes. Contra Portugal encontrou um adversário insistente e com um craque, diante do Irã ganhou, mas sem não passar dificuldades e contra o Marrocos quase perdeu a partida, principalmente pelo esquema de jogo adotado. A equipe joga de uma maneira muito adiantada quando tem a bola, o que é bom para o ataque, mas ruim para a defesa quando o time perde a bola em um contra ataque. Se o time adversário encaixa a jogada a chance de chegar com perigo fica maior pela exposição da defesa nessa situação. Portanto, para os russos a chave do sucesso fica nos contra golpes, enquanto a Espanha precisa buscar ser mais decisiva nas jogadas. O time tem posse, roda a bola mas não consegue chegar na área e colocar a bola para Diego Costa definir.

Croácia x Dinamarca

Foto: Twitter/FIFA

Em mais um confronto entre europeus, o duelo entre uma das sensações da primeira fase e a seleção que voltou a disputar uma Copa e quer seguir sonhando em ir mais longe. A Croácia chegou sem holofotes para essa Copa do Mundo, mas vem apresentando um dos melhores desempenhos até agora. No grupo que tinha a Argentina como favorita e um duelo contra a Nigéria e a sensação Islândia os croatas mostraram personalidade. Ganharam os três jogos, com destaque para o autoritário 3x0 sobre a Argentina, que não soube reagir ao jogo do país eslavo. Comandados por Modric, talvez o melhor jogador da fase de grupos, a seleção da Croácia vem como favorita diante da Dinamarca. Com uma equipe equilibrada, que sabe atacar e controlar o jogo, marcando adiantada e chegando com toques para o gol, devemos ver a Dinamarca precisando dar atenção especial aos meias, além de Modric, Rakitic e Kramaric, que alimentam a engrenagem croata.

No lado dinamarquês, a seleção pegou a segunda vaga no grupo com França, Peru e Austrália. O que foi possível se observar foi uma fraqueza na capacidade de atacar e chegar com maior perigo. As jogadas não conseguiam fazer a bola alcançar os atacantes e o time dependia da criatividade de Eriksen, o 10 do time. A força do time se encontra mais no aspecto defensivo, fechando os espaços e fazendo a famosa linha defensiva perto da entrada da área. Destaque principal para o goleiro Schmeichel, que já precisou trabalhar bastante nessa Copa.

Brasil x México

Foto: Twitter/FIFA

No duelo latino, o Brasil encara o recente algoz em competições internacionais. O México tem sido um recente pedra no sapato da nossa seleção, tal qual o glorioso São Caetano era chamado de asa negra de alguns clubes da elite do nosso futebol. A equipe, comandada pelo conhecido dos são paulinos, Juan Carlos Osorio, vem surpreendendo nessa Copa com um futebol peculiar. Sem propor o jogo na maioria das situações, o México joga na base do contra ataque e da chegada ao gol em poucos passes. Foi assim contra Alemanha e Coreia do Sul, mas já não funcionou tanto diante da Suécia, que soube segurar os ímpetos mexicanos. Se o time cria muitas chances nos contra golpes, falta ainda qualidade dos atacantes para concluirem melhor as jogadas, que são muitas vezes desperdiçadas pela falta de capricho de quem teria que marcar o gol.

A seleção brasileira vem em uma crescente na competição. Teve dificuldades e sofreu com o nervosismo contra a Suíça e a Costa Rica, para diante da Sérvia jogar com calma e resolver o jogo sem maiores dificuldades. Mesmo com as lesões de Danilo e Marcelo no jogo contra a Sérvia, Fagner e Filipe Luis deram conta. Tite mudou o esquema com Coutinho centralizado e tirando um volante, conseguindo tornar o meia o principal articulador e melhor do time até o momento. Falta mais infiltração para a seleção, em jogos principalmente contra times que não vão propor o jogo e vão fazer a famosa linha de cinco jogadores na defesa. Gabriel Jesus ainda não conseguiu engrenar e poderia ser a hora de jogar com Firmino, que pode trazer essa movimentação e infiltração necessária.

Bélgica x Japão

Foto: Twitter/FIFA

Num duelo de estilos bem diferentes, a melhor campanha, da Bélgica, encara o Japão, que passou de fase no critério de cartões recebidos. Os belgas vem com um futebol envolvente e nos dois primeiros jogos, onde atuou com os titulares contra Panamá e Tunísia, foi bem. Apesar da fraqueza dessas equipes, pudemos observar um ataque muito eficiente, centralizado principalmente em Lukaku, com quatro gols nessa Copa. De Bruyne e Hazard conduziram o jogo na frente e demonstraram toda a qualidade que se esperava deles. A fraqueza do time está na defesa, que fica exposta com o estilo de jogo ofensivo do time, e com os zagueiros que não tem aquela velocidade e podem sofrer nos contra golpes.

Os japoneses saíram de um grupo bem equilibrado, com Senegal, Polônia e Colômbia, onde não houve uma seleção que se sobressaiu. A força da equipe está na dedicação tática, que faz com que o time não ceda tantos espaços ao adversário. Além disso, o jogo no contra ataque também é uma das qualidades japonesas, e que pode ser a arma principal contra a Bélgica. A fraqueza do time oriental fica na falta de qualidade técnica do time, que não conta com nomes fortes e que possam resolver uma partida ou mesmo ser um diferencial no jogo. Portanto, falta um poder de reação na hora que seria preciso e diante de uma seleção forte pode fazer diferença.

Suécia x Suíça

Foto: Twitter/FIFA

No clássico que te confunde pelos nomes dos países, duas seleções que não se esperava tanto, mas que uma delas estará pelo menos nas quartas de final da Copa. Em um grupo com a atual campeã mundial e eliminada Alemanha, a Suécia surpreendeu e ainda conseguiu ficar na primeira colocação ao vencer o México. Os suecos vem derrubando grandes seleções, já haviam passado da Holanda nas eliminatórias e na repescagem ganharam da Itália. A equipe sueca não tem um grande poderio ofensivo e aposta em Forsberg, meia que normalmente concentra as jogadas, que são de passes mais longos e saídas rápidas. Com uma das maiores médias de altura, o jogo aéreo nos atacantes Toivonen e Berg também são armas.

Para os suíços, o jogo contra os adversários precisa lembrar a equipe que segurou bem a seleção brasileira e que conseguiu virar o jogo diante da Sérvia. Como se fala desde 2006, a Suíça tem uma defesa bem comportada e que cede poucos gols aos adversários, mas que nessa Copa já levou quatro gols. Se a defesa precisa de correções, a linha de frente vem dependendo de Shaqiri, que vem chamando a responsabilidade no time, tanto para começar as jogadas quanto na conclusão. Além dele, olhos em Xhaka e Dzemaili, meia e atacante que também podem decidir. Partida promete ser bem equilibrada e podemos imaginar a Suíça propondo mais o jogo do que a Suécia, que tende a esperar mais o adversário. 

Colômbia x Inglaterra

Foto: Twitter/FIFA

No terceiro confronto América do Sul x Europa, duas equipes que gostam de jogar pra cima. No lado cafetero, os colombianos tem a grande força no meio campo, com James Rodriguez (provavelmente ficará de fora do jogo por lesão), Cuadrado e Quintero, que alimentam as jogadas e puxam as pontas para a bola chegar em Falcao Garcia ou eles mesmos decidirem com qualidade. É um time onde a proposta de jogo consegue funcionar bem contra equipes mais abertas e mais fechadas, tanto que o time jogou de maneira muito parecida os três jogos da fase de grupos. A fraqueza do time de José Pekerman se encontra nos espaços deixados nos avanços e pela defesa que não é rápida o bastante para acompanhar os atacantes. Curiosamente, um zagueiro, Mina, velho conhecido dos palmeirenses, se destaca no ataque, tendo feito dois gols nessa Copa.

Os ingleses chegam renovados para essa Copa, com o elenco mais jovem do mundial e saindo do estigma da seleção local, que era muito conhecida pelo estilo característico de cruzamentos buscando um atacante na área como jogada principal. Como pudemos ver nos três jogos feitos, principalmente nos dois primeiros com o time principal, os ingleses jogam com a posse de bola e trabalham ela até terem condições de conseguir uma jogada mais clara. Ainda há o atacante centralizado, Kane, mas o repertório já é bem mais vasto e o 9 inglês é bem mais móvel. A seleção avança muito bem com os alas, que fazem companhia no ataque para os meias e assim aumentam a presença nas jogadas. Falta mais velocidade e um pouco mais de eficiência aos ingleses, que acabam desperdiçando bons contra golpes por falhas individuais. Pode pesar também o fato de muitos jogadores estarem ainda na primeira Copa do Mundo e a inexperiência atrapalhar mais pra frente.


quarta-feira, 20 de junho de 2018

No placar mínimo, Portugal, Espanha e Uruguai vencem




Segunda rodada dos grupos A e B com três placares iguais, três 1x0. Jogos em que os artilheiros brilharam e evitaram um desastre maior de suas equipes na rodada.

Portugal x Marrocos

Foto: Twitter/FIFA
Na primeira partida do dia, expectativas sobre Cristiano Ronaldo e os portugueses contra o Marrocos, que queria mostrar serviço depois da doída derrota para o Irã em um gol contra. Logo aos quatro minutos, Cristiano mostrou a que veio e apareceu de cabeça para marcar o único gol do jogo. Com o tento anotado, são 85 gols pela seleção, se tornando o maior artilheiro de uma seleção europeia na história, superando Puskás que tem 84. Em Copas do Mundo, o camisa sete soma também sete gols, ficando a apenas dois de igualar Eusébio.



Mesmo com mais posse, 55%, mais passes e mais chutes a gol,  um deles com bela defesa de Rui Patrício em um cabeceio, o Marrocos não conseguiu furar a defesa lusitana para evitar a segunda derrota e a consequente eliminação do mundial.






Uruguai x Arábia Saudita

Foto: Twitter/FIFA

Precisando vencer se quisesse brigar pela liderança do grupo, o Uruguai encarou a desacreditada Arábia Saudita. Mesmo criando mais e jogando melhor que a seleção árabe, os nossos vizinhos tinham dificuldades para chegar e o velho estilo uruguaio, dos longos passes e cruzamentos se fez presente novamente. Inclusive na escalação o criativo Arrascaeta deu lugar a Cristian Cebolla no meio campo.

Se no primeiro jogo ele perdeu grandes chances, nesse Suarez conseguiu acertar o gol uma vez, aos 23 minutos. Assim, Luisito é o primeiro uruguaio a marcar gols em três copas seguidas, três em 2010, dois em 2014 e um até agora em 2018. Agora, Suarez está a apenas dois gols de igualar os oito de Oscar Miguez como maior artilheiro da celeste em Copas, hoje ele está empatado com Forlan na vice-artilharia, com seis gols.

A Arábia Saudita teve mais espaço e até mais posse de bola que os uruguaios, porém novamente esbarrou na falta de qualidade técnica para criar mais perigo. Destaque para o Uruguai que, com apenas dois gols marcados, se classifica para a segunda fase da Copa.




Irã x Espanha

Foto: Twitter/FIFA
Após um empate contra os portugueses, a Espanha vinha para o tudo ou nada contra o Irã, que buscava ao menos um empate para seguir bem no grupo, depois de ter superado o Marrocos na primeira rodada. Como se imaginava, o jogo foi controlado pelos espanhóis, que rodavam a bola em passes dos dois lados do campo e não encontravam espaços na área iraniana, como mostra o mapa de calor abaixo. Na primeira etapa, a Espanha trocou 363 passes, o Irã 55 e Isco sozinho 56. Restou para a Espanha abusar dos cruzamentos para Diego Costa e companhia nas tentativas de gol.



Na base da insistência e do oportunismo de Diego Costa, aos 9 minutos o camisa 19 dividiu a bola na área e marcou o gol da vitória espanhola. Os iranianos tentaram bastante, mas o único chute que "foi" pro gol foi um gol anulado por impedimento. Faltou capricho pro Irã buscar o empate, mas o time segue vivo e joga pelo tudo ou nada diante de Portugal na última rodada. A Espanha encara o eliminado Marrocos. 





terça-feira, 19 de junho de 2018

O grupo do equilíbrio e a vitória russa



No fechamento da primeira rodada e começo da segunda, o grupo H viu muito equilíbrio e a Rússia quase carimbou a vaga na segunda fase da Copa. 

Japão x Colômbia

Foto: Twitter/FIFA
Os colombianos vieram para a Copa do Mundo com boas expectativas. Fizeram uma boa eliminatória e trazem o bom retrospecto da última Copa, quando pararam diante do Brasil nas quartas de final. A base da equipe foi mantida, com Ospina no gol, James Rodriguez e Cuadrado no meio e Falcao na frente, que não jogou em 2014 por lesão e ressurge em 2018. A diferença se deu no estilo de jogo, com José Pekerman fazendo o time jogar com as linhas mais próximas e com os jogadores saindo mais da posição deles para ajudar nas jogadas. O time pressiona mais pela bola no campo de ataque do que volta correndo para a defesa ao perder a posse. Isso também pode causar prejuízo porque a defesa colombiana não é das mais ágeis, então cede espaço para os contra golpes.

Já os japoneses chegam com uma equipe veterana e um treinador novo, contratado há dois meses do mundial, o treinador do time sub-23, Akira Nishino. Apesar de ter se classificado em primeiro no grupo com Austrália e Arábia Saudita, os japoneses não apresentaram um bom futebol e ainda dependem muito dos maiores nomes do time, Honda, Kagawa, Okazaki e Nagatomo. Nishino preferiu não apostar em jovens revelações japonesas que eram bastante cotadas na seleção para essa Copa, e assim deixou mais dúvidas sobre como o time poderia se comportar. O destaque do jogo japonês é a linha de cinco do meio campo, que chega com dois alas para alimentar o ataque.

No confronto de hoje, um dos fatores que mudaram a partida foi a expulsão de Sanchez, que tocou com o braço na bola, foi expulso e deu um pênalti para o Japão. Mesmo com um a menos, a Colômbia correu atrás do placar e até empatou o jogo, além de equilibrar as ações. O Japão conseguiu se acertar apenas na segunda etapa e tocar mais a bola, o que favorecia o fato de ter um jogador a mais. Assim, conseguiu chegar mais perto da área e marcar o gol da vitória contra uma das favoritas do grupo.






Polônia x Senegal

Foto: Twitter/FIFA

Buscando chegar mais longe e surpreender na competição, a Polônia vem com um estilo de jogo diferente. Jogando com três zagueiros, faz com que as jogadas ofensivas já comecem neles, que podem abrir para as laterais e buscar os pontas e alas para o jogo. Tanto os pontas quanto Lewandowski, o astro da seleção, vem buscar a bola e construir a jogada, abrindo espaço para os outros jogadores chegarem nos espaços deixados. Quando fica sem a bola, a seleção polonesa faz a pressão e tenta evitar recuar para conseguir a bola. O risco desses estilos de jogo é sempre o contra golpe e as jogadas de velocidade adversárias. 

Os senegaleses chegam querendo repetir o feito de 2002, alcançar as quartas de final. Comandados por Aliou Cissé, que jogou naquela seleção, Senegal vem com um estilo de jogo rápido e de marcação avançada. Joga num 5-3-2, que beneficia o time ser rápido e chegar com a bola em Mané e Diouf, os atacantes. Assim, o time tem um contra golpe forte e quando perde a bola na frente trabalha na pressão para surpreender.

Na partida, os dois estilos acabaram acontecendo, com a Polônia conseguindo ter mais posse e rodando mais a bola, enquanto Senegal jogava nas saídas rápidas e espaços deixados pelo adversário. Os poloneses tiveram 59% de posse e Senegal 41%. Nos chutes a gol vemos como a eficiência fez falta para a Polônia. Foram quatro chutes a gol e um tento anotado, enquanto os senegaleses chutaram duas vezes no gol e marcaram nos dois chutes. Outro fator curioso ficou nos gols senegaleses, um na velocidade e outro na pressão da marcação, justamente as características principais da equipe. 

Grupo H bem aberto, todos os jogos tendem a ser decisões para as equipes até o final da primeira fase, já que os não favoritos Japão e Senegal venceram e agora Colômbia e Polônia, os supostos favoritos, precisarão correr atrás do prejuízo. Promessa de emoção por aqui.





Rússia x Egito

Foto: Twitter/FIFA

Depois da boa estreia com cinco a zero sobre a Arábia Saudita, a Rússia tinha um teste maior contra o Egito, que tinha a volta de Salah e precisava a todo custo vencer os donos da casa para seguirem com chances reais de classificação. Desde o início de partida os russos mostraram maior domínio e chegavam com maior perigo que a seleção egípcia, que não encontrava muitos espaços e via Salah isolado. O que faltava era mais precisão, que não faltou no segundo tempo. Foram quatro chutes no gol no segundo tempo, todos eles foram gols. Três gols russos e o pênalti convertido por Salah. Faltou qualidade e mais organização para o Egito buscar uma reação e ter segurado a Rússia, que se não tem um time forte ao menos mostra organização e aplicação dos jogadores em campo. São oito gols em dois jogos e duas vitórias que deixam o time mais tranquilo para a rodada final, diante do Uruguai.





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