quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Milton Mendes e os gols da Alemanha



Adiós, Milton Mendes (Foto: Divulgação/Atlético-PR)
Mais uma vez, os dirigentes brasileiros conseguem se superar. Dessa vez, o indivíduo é Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético Paranaense. Poucos dias depois de bancar a permanência de Milton Mendes, pediu o boné do mesmo. História semelhante a de Fernando Diniz, que levou um 'pé na bunda' do Paraná Clube, na mesma segunda (28).

Milton chegou ainda no Campeonato Paranaense, e evitou a queda do Furacão. No Brasileirão, levou o Atlético Paranaense ao G4, feito surpreendente visto a qualidade técnica do elenco. Porém, seis jogos sem vencer no Campeonato Brasileiro, colocaram todo o trabalho a prova.

Alguns fatos do jogo contra o Brasília me fizeram entender porque essas demissões repentinas acontecem. E nem sempre, a culpa é só do cartola. Na transmissão da RPC (afiliada da Rede Globo), a repórter Nadja Mauad relatou antes do fim da primeira etapa que os jogadores tinham mudado de postura. Ao contrário dos outros jogos, estavam conversando dentro de campo. Na saída para o intervalo, o meio-campista Bruno Mota confirmou que a atitude dos atletas realmente tinha mudado.

Pra bom entendedor, meia palavra basta. Indícios fortes da famigerada 'panelinha'. Fato estranho, já que a relação entre treinador e plantel aparentava ser sadia (pelo menos em frente às câmeras). Com certeza, o fato de ser ano eleitoral no clube pesou muito na decisão de Petraglia. Com isso, o Atlético tem no interino Sérgio Vieira, seu quarto técnico em 2015. Que pode chegar a cinco, caso o novo comandante não convença.

Os rubronegros da Arena não tem um bom elenco. Porém, conseguiram bons resultados. Um exemplo, é a vitória por 1 a 0 contra o Palmeiras na Allianz Parque, na 16ª rodada da liga nacional. A maioria dos jogadores são da base, alguns deles, com potencial. O CT do Caju formou (ou aprimorou) nomes com Hernani, Otávio, Sidcley, Bruno Mota, Crysan e Marcos Guilherme, os poucos que tem algum destaque. Além de Walter, o mais experiente no meio da molecada.

Até onde vai o Atlético sem Milton Mendes? Um time bem postado, entrosado, com toques rápidos e pressão no adversário principalmente no jogos em casa. Sem tempo, a sete pontos do G4 e a sete do rebaixamento e com uma competição internacional em paralelo. Sérgio tem 10 rodadas no Brasileirão para trazer o mínimo de alegria para os atleticanos, que tem comparecido a Arena da Baixada.

"Cada treinador que é demitido no Brasil é mais um gol para a Alemanha". Afirmação do próprio Milton, que define (a falta de) planejamento na linguagem do futebol brasileiro.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...