sábado, 8 de julho de 2017

O que mudou para Brasil e Alemanha depois do 7x1



O fatídico dia - Foto: Reuters

Três anos atrás, no fatídico 8 de julho de 2014, o futebol via um dos episódios mais marcantes de sua história, com a destruidora goleada da Alemanha sobre o Brasil, o eterno 7 a 1. Nesses três anos que se passaram, bastante coisa mudou nos dois lados, que ficaram com legados positivos e negativos de todo esse episódio. Vamos para um retrospecto das duas seleções nessas três temporadas. 



Foto: CBF/Divulgação

O Brasil, depois da Copa, esteve em campo em 37 ocasiões, jogando pelas eliminatórias da Copa de 2018, Copa América Centenário e Copa América, além dos amistosos. Foram 22 partidas por competições e 15 amistosos, com 13 vitórias nos torneios oficiais e apenas uma derrota nos amistosos, para a Argentina. 

Em 2015, após campanha de duas vitórias e um empate na Copa América, a seleção foi eliminada nos pênaltis para o Paraguai, depois de um empate em 1 a 1 no tempo normal. Nas eliminatórias para a Copa, o time canarinho não teve um início bom e em três jogos ganhou um, empatou outro e perdeu o terceiro. Venceu depois o Peru, mas se complicou novamente com dois empates seguidos. Nessa queda, no meio do caminho houve a Copa América Centenário, onde mais uma vez a irregularidade apareceu. 

O escrete brasileiro fez apenas três jogos na competição, morrendo na fase de grupos ao empatar com o Equador por zero a zero, vencer o fraco Haiti por 7 a 1 e perder dramaticamente para o Peru por 1 a 0. Com a eliminação, a situação de Dunga ficou insustentável e ele foi demitido, sendo trocado por Tite. Sob o comando do novo comandante, a seleção mudou da água para o vinho, engatilhando oito vitórias seguidas nas eliminatórias e carimbando a vaga na próxima Copa, algo que vinha sob risco e ameaça antes da Copa América Centenário. 

Fica também o destaque para o título olímpico brasileiro, justamente sobre a Alemanha, mas com Rogério Micale sendo o treinador da equipe. 

Com Tite como treinador, o Brasil ganhou organização tática e conseguiu ver seus destaques jogando no melhor nível. Coutinho, Neymar, Daniel Alves, Marcelo e mesmo atletas contestados, como Paulinho e Firmino, quando entraram em campo cumpriram bem as funções e mostraram que quem joga mantém o bom nível de jogo da seleção. Mesmo a seleção desfalcada, com vários jogadores que atuam no Brasil e sem Neymar, deu trabalho para o quase time titular argentino na única derrota de Tite. 


Foto: Federação Alemã/Divulgação

No lado alemão, foram no total 38 jogos, apenas uma partida a mais que o Brasil. Desses 38 jogos, 13 foram amistosos, com cinco vitórias e cinco derrotas. Pelas eliminatórias da Eurocopa, em 10 partidas foram sete triunfos e na Eurocopa em cinco jogos foram três vitórias e uma derrota, na final para a França por 2 a 0.

Nas eliminatórias da Copa do Mundo, o time de Joachim Low fez seis partidas, saindo vencedor de todos, até pela chave ter as seleções de San Marino, Azerbaijão, Irlanda do Norte, República Tcheca e Noruega. 

Na recente Copa das Confederações, que participou por ser a última campeã mundial, a Alemanha levou um time com quase todo o elenco abaixo dos 23 anos. Procurando dar espaço aos jovens e testar nomes que podem ser chamados para o mundial do ano que vem, Joachim Low viu o time chegar, tirar os adversários e conseguir superar, com certa dificuldade e pressão, o favorito Chile. Foram quatro vitórias e um empate, justamente com os chilenos na fase de grupos. 

O que podemos destacar da Alemanha é o planejamento realizado pela federação local e como ele consegue ser muito bem aplicado no time. Nos amistosos, principalmente, são usados jogadores diferentes para serem testados, tanto que os resultados mostram um aproveitamento relativamente baixo da seleção, cinco vitórias em treze jogos. Nas competições oficiais, foram 20 vitórias em 25 partidas. 

Todo o trabalho de base vem também surtindo efeito, com o time quase sub-23 levando a Copa das Confederações e, dois dias antes, o sub-21, que tinha desfalques com jogadores que estavam na Copa das Confederações, levando a Eurocopa diante da Espanha. Está certo que a Copa das Confederações não tinha um nível tão elevado, porém eram as seleções principais de Chile, Portugal e México que estavam presentes e duas delas não conseguiram superar os jovens alemães no confronto direto. 

Se formos ver nome por nome de Brasil e Alemanha hoje, chegaremos a conclusão que a seleção brasileira tem time melhor. Na hora que as equipes entram no gramado, o planejamento e todos os anos de preparação nem sempre serão os fatores que levarão um time ao triunfo. Portanto, mesmo com toda a desorganização do futebol brasileiro, Tite conseguiu achar talentos e reestruturar o Brasil para se colocar no nível das grande seleções novamente. 

Para os alemães, o planejamento começado em 2002 continua depois do 7x1 mais forte do que nunca, trabalhando na formação de jogadores e integrando base e time principal, seguindo para hoje termos atletas com potencial para três ou mais Copas despontando com muita qualidade. É um time preparado para ser campeão mundial novamente, com a já citada organização, aplicação tática, jogando nos erros adversários e aproveitando as oportunidades que tem no jogo de forma cirúrgica.

No lado brasileiro, a transformação da base foi muito pequena. A integração das seleções não acontece realmente e a reestruturação acontece mais pelas mãos de Tite do que um trabalho mais planejado. O treinador chama jogadores mais jovens e reveza o elenco nos amistosos para dar chances a mais gente. A seleção principal que vemos sim mudada, com cada um cumprindo a função que foi pedida e assim fazendo o talento também sobressair, para poder quem sabe levar o Brasil de volta ao topo do mundo. 

Um parâmetro para as condições em que estão as duas seleções poderá ser visto ano que vem, com o embate entre os dois esquadrões em amistoso a ser realizado em solo alemão. Com pouco menos de um ano para a Copa do Mundo, podemos estar imaginando muitas coisas que poderão soar absurdas na Copa da Rússia, mas o momento nos diz que essas são duas das melhores seleções a serem batidas.

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